quarta-feira, 18 de março de 2015

Operação contra a corrupção em Juazeiro. PF quer chegar ao "agente arrecadador"

Todo material foi conduzido para a sede da PF, em Juazeiro do Norte. (Foto: Flávio Pinto)

A Operação Crio I realizada nesta quarta-feira (18), pela Polícia Federal em Juazeiro do Norte, tem como principal objetivo identificar pessoas e/ou empresários que tenham desviado dinheiro público federal. A empresa CG, cujo proprietário identificado como sendo o empresário Egberto Gomes da Costa, o "Beto", seria apenas um dos braços da organização criminosa que foi instalada no município para desviar dinheiro público, segundo a delegada federal Josefa Lourenço, que preside o inquérito instaurado na PF.
Beto teve a prisão preventiva decretada pela Justiça Federal e é considerado foragido. A PF fez nesta quarta-feira incursões em sua casa na Vila Carité, em Juazeiro do Norte e em Aurora, onde o empresário mantém uma empresa e residência.
A delegada não tem dúvidas de que Beto teria aberto no início da atual gestão municipal pelo menos outras quatro empresas fantasmas para burlar - com o consentimento de servidores do setor de Licitação da Prefeitura de Juazeiro do Norte - com o intuito de fraudar licitações de vários serviços e aquisição de produtos. "O alvo é chegar ao cabeça do esquema. Grande parte do serviço contratado sequer chegou a ser feito", revelou a delegada sem citar nomes.
A quadrilha ora investigada agiu principalmente no primeiro ano de governo, conforme consta na denúncia feita pelo vereador Cláudio Luz (PT) ao Ministério Público Federal. As investigações começaram em outubro de 2013 e de lá para cá, várias pessoas foram ouvidas e provas da ação do grupo foram juntadas no inquérito policial robustecendo ainda mais as denúncias do vereador.
Na segunda parte das investigações, iniciadas já na tarde desta quarta-feira, a PF tem como alvo capturar Beto e investigar e comprovar ligações do empresário Egberto Costa com um homem tido como "agente arrecadador" do esquema.
Segundo agentes federais que investigam o caso, seria essa pessoa, a responsável por intermediar as empresas fantasmas com agentes públicos. Além disso a PF vai analisar por meio de perícias todo o material apreendido e averiguar se Beto teria deixado provas ou rastro que possam levar ao "arrecadador".
A PF não revelou valores, mas há indícios de que tenham sido desviados mais de R$ 2 milhões somente de recursos do Fundeb. O rombo, no entanto, pode ser ainda maior.

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