terça-feira, 5 de maio de 2015

Urca consegue repatriação de fósseis retirados pelo tráfico da Bacia Sedimentar do Araripe

Professores Patrício Melo e Álamo Feitosa receberam parte dos fósseis recuperados.

A Universidade Regional do Cariri (URCA) obteve autorização judicial para o repatriamento de cerca de 3 mil fósseis, que estavam em poder da Polícia Federal, sede de Juazeiro do Norte, e da Universidade de São Paulo (USP), com peças repassadas pela Justiça Federal, no ano passado. O material foi contrabandeado e levado da Bacia Sedimentar do Araripe por uma quadrilha internacional, presa em 2013, no interior de Minas Gerais. Ontem, a primeira remessa do material foi resgatada na sede da Polícia Federal, em Juazeiro do Norte. A outra parte se encontra ainda em São Paulo.
No material se encontra diversas espécimes de fósseis, que serão estudadas por equipe do Laboratório de Paleontologia da URCA. Parte das peças, pouco mais de 60 fósseis, foi entregue nesta terça-feira, 5, ao Professor Álamo Feitosa, coordenador do laboratório, e fiel depositário do material perante à Justiça, e ao Vice-Reitor da URCA, Professor Patrício Melo. Álamo esteve na sede da PF acompanhado de estudantes que atuam no laboratório.
A outra parte dos fósseis se encontra no Departamento de Geografia da USP e deverá ser entregue à Universidade Regional do Cariri (URCA) para, em seguida, após triagem e estudos no laboratório, repasse ao Museu de Paleontologia da URCA, em Santana do Cariri, e que atualmente abriga mais de nove mil exemplares fósseis de diversas formações.
Professor Álamo comemora a vitória, pois é a maior restituição de fósseis já registrada na área da Bacia Sedimentar do Araripe. O Vice-Reitor Patrício Melo destaca a importância desse material poder voltar ao lugar de sua origem, para que seja utilizado em pesquisas e estudos desenvolvidos na Região.
O material daria para montar um museu, segundo Álamo, e muitas peças são raríssimas, a exemplo de 'Tupandactylus imperator', um pterossauro apresentado ano passado, por docentes da USP. “É um dos mais completos, já achados na região”, afirma. A URCA fez a solicitação do material após a prisão da quadrilha e buscou sensibilizar a Justiça, inclusive destacando que a Bacia Sedimentar do Araripe tem uma das mais importantes reservas fossilíferas do período cretáceo do planeta, além de contar com um Laboratório de Paleontologia, onde estão sendo desenvolvidos importantes estudos na área, com registros de descobertas inéditas, e o Museu de Paleontologia, em Santana do Cariri.  Os fósseis têm origens nas formações Crato e Romualdo.
As peças contrabandeadas seriam levadas para os Estados Unidos, para compor o acervo de um museu particular.
(Governo do Ceará)

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